A Igreja, fiel às suas pias tradições, tem o sábio costume de celebrar a memória dos santos e mártires na data de falecimento de cada um deles. Ao fazê-lo, a madre Igreja nos ajuda a recordar que é no momento da morte que o santo, após ter combatido o bom combate, é premiado com a coroa da glória: pois é ao morrer na terra que o homem justificado nasce para a vida eterna no Céu. Esta regra, porém, admite três exceções, como já tivemos ocasião de explicar em homilias passadas.
Com efeito, além de Nosso Senhor e de São João Batista, a bem-aventurada e sempre Virgem Maria tem a honra de ter o seu nascimento comemorado pelos cristãos de todo o mundo. E isso devido não apenas à sua colaboração na obra de Redenção humana, mas também pelos privilégios extraordinários com que Deus, preservando-a de toda mácula de pecado, quis adorná-la e prepará-la para tornar-se digna Mãe do nosso Salvador. Assim fazendo, Ele nos concedeu também a nós a alegria de podermos ser chamados filhos de tão pura e excelsa Mãe.
Elevemos, pois, o nosso coração ao alto e recorramos hoje com especial confiança àquela que, cheia de graça e amor, foi elevada pelo Altíssimo acima de todos os santos, de todos os coros angélicos. Que a Virgem Imaculada sempre interceda por nós e nos faça filhos cada vez mais humildes e caridosos.