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Encerramento do Jubileu Extraordinário da Misericórdia

Encerramento do Jubileu Extraordinário da Misericórdia

A expectativa de público foi superada e aproximadamente 16 mil pessoas compareceram neste domingo, 20, no Estádio Orlando Scarpelli, bairro Estreito, em Florianópolis (SC), para o encerramento do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

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O bom tempo colaborou para que as pessoas viessem em caravanas das 72 paróquias, dos 30 municípios da Arquidiocese, em mais de 140 ônibus, além de micro-ônibus, vans, tupiques, carros particulares e muitas em caminhada, de comunidades próximas.

Após a animação inicial, conduzida pelo pároco da Paróquia Divino Espírito Santo de Camboriú, Pe. Márcio Vignoli, foram apresentadas as obras de misericórdia da Arquidiocese, representadas por 52 ações sociais paroquiais filiadas a Ação Social Arquidiocesana (ASA). São trabalhos sociais de acompanhamento às famílias mais empobrecidas das comunidades, com distribuição de alimentos, formação profissional e diversos encaminhamentos que buscam mais vida e dignidade para cada pessoa, como é o caso dos adictos e moradores de rua.

Foi apresentado ainda o trabalho da APAC em Santa Catarina – Associação de Proteção e Assistência ao Condenado, que tem por finalidade recuperar o preso e promover a justiça, entre tantos outros benefícios. A primeira unidade da APAC está em construção junto ao Complexo Penitenciário da Trindade, na capital. “A construção da APAC é a obra deste Ano da Misericórdia. Quero agradecer a todos que colaboraram com a coleta para a APAC, mas é necessário que coloquemos nosso coração”, disse Dom Wilson.

Todo o evento foi animado pelo Coral Vozes de Santa Catarina, com 250 integrantes, sob regência do maestro, Robson Medeiros Vicente.

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Dois momentos marcaram particularmente o evento e emocionaram os presentes: a entrada da co-padroeira da Arquidiocese, Nossa Senhora do Desterro, e da padroeira, Santa Catarina de Alexandria, celebrada no próximo dia 25 de novembro.

Às 09h30, a procissão pelo Estádio Orlando Scarpelli com 120 padres e aproximadamente 80 diáconos, marcou o início da grande Celebração Eucarística do encerramento do Ano Santo. Foi presidida pelo Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, e concelebrada ainda pelo Bispo Auxiliar Emérito, Dom Vito Schlickmann.

Nas primeiras palavras quando subiu ao palco montado no campo, o Arcebispo afirmou que quando se pensa na misericórdia, há Deus que se aproxima do ser humano. “Temos um Deus que caminha conosco, que olha nossa imperfeição com misericórdia e nos toma pela mão. Ele purifica nossa vida”, explicou.

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No domingo, a Igreja celebrou o dia de Cristo Rei do Universo. “É uma grata providência encerrar o Ano da Misericórdia na festa de Cristo Rei. Na medida em que aceitamos Cristo e Seu Evangelho, mudamos nosso modo de viver. Cristo Rei reina pregado na Cruz. Ele deu a Sua vida totalmente para o outro, doar-se para que o outro tenha vida. Esse é o Rei que aclamamos hoje, que fizemos festa, que é capaz de dar a vida”, assegurou o Arcebispo na homilia. E prosseguiu ao explicar que “nós não podemos estar indiferentes a ninguém, nem quem é bom ou ruim. Esta é uma das lições do ano da misericórdia. No modo geral, somos muito acomodados. Jesus tem a palavra de acolhida no alto da cruz: ‘Hoje estarás comigo no paraíso’. Se as obras de misericórdia não fizerem parte da nossa vida cristã de cada dia, o nosso cristianismo é medíocre”, finalizou Dom Wilson.

No balanço do evento, o Arcebispo sustentou que foi uma manifestação bonita, de todas as paróquias e comunidades da Arquidiocese. “Como mensagem final, o Ano da Misericórdia veio confirmar o desejo do Papa Francisco: no centro da proposta deste ano, está o fato de que não podemos olhar as realidades ao nosso redor, somente com uma análise de lucro ou alguma coisa condenável. Não podemos estar indiferentes a nenhuma realidade em que as pessoas vivem. Todas as realidades lembradas pelo Evangelho, seja paralisia, lepra, corrupção, doenças, seja o pecado, todas essas foram tratadas por Cristo, não com ar de condenação ou indiferença, mas representaram a principal preocupação Dele. E a novidade do prosseguimento de Cristo se chama misericórdia. Somos convidados a aprender e a exercitar este modo de lidar com as realidades do mundo que nos envolve”.

Para o vigário paroquial da Paróquia Santíssima Trindade em Florianópolis, Pe. Frei Luiz Antônio Frigo, OFMCap, esse ano foi extraordinário e, acima de tudo, criou-se uma consciência coletiva e espiritual, de que o ser humano precisa aproveitar de maneira mais profunda, o Sacramento da Confissão ou Reconciliação. Ele explica que a confissão é um remédio do laboratório divino, com poder retroativo, onde vai até o início da vida da pessoa e queima o lixo da história. E faz a chamada ecologia espiritual. “Este Sacramento é um remédio salutar que dá equilíbrio e serenidade. Porque cada um carrega junto consigo o seu passado e precisa carregar o passado limpo, não sujo, reciclar o lixo da história”, comentou o frei. E continuou ao reconhecer que se despertou “nas igrejas, mais interesse pelo Sacramento da Confissão que é a própria pessoa de Jesus Cristo que se faz presente. E não é só o perdão dos pecados, Cristo abastece o tanque da energia humana e espiritual, para que a pessoa viva o seu presente e caminhe para o futuro e não para o passado. Foi um momento sagrado, bonito, para o bem das pessoas e da humanidade inteira. Isso graças ao Papa Francisco que instituiu o Ano da Misericórdia”.

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Frei Frigo explicou que se intensificaram as confissões, principalmente de pessoas que buscaram a indulgência plenária, com a Porta Santa. “É um dos aspectos dos freis capuchinhos, o atendimento das confissões. Temos dois santos da misericórdia, capuchinhos, escolhidos como modelos de confessores pelo Papa Francisco, São Pio e São Leopoldo”, complementou o sacerdote.

Fonte: Arquidiocese de Florianópolis