02/06/2017 – 1º dia da novena
Era o ano de 1717 e os pescadores João Alves, Filipe Pedroso e Domingos Garcia, a pedido das autoridades, saíram para pescar. Deviam trazer peixes para o governador, o Conde de Assumar. Tentaram a noite toda sem nada conseguir. Chegando ao porto de Itaguaçu, ao lançar a rede, João Alves puxou-a e nela veio o corpo de uma imagem quebrada. Continuou seu trabalho cheio de esperança e, depois, veio na rede a cabeça da imagem. Foi um aviso do céu. Daquela hora em diante pescaram muitos peixes. Foi o começo da maravilhosa história de Nossa Senhora Aparecida.
03/06/2017 – 2º dia da novena
No arraial dos pescadores havia a devoção das rezas ao entardecer. Depois daquele dia em que aconteceu a primeira procissão, da beira do rio até a choupana do pescador, o povo se reunia para louvar a Deus junto com a Virgem Maria. Imagine quanta alegria ao sentir que a prece, que dos lábios saía, alcançava o coração de Deus. Estando a noite serena, repentinamente se apagaram as duas luzes de cera que alumiavam a imagem da Senhora Aparecida. Houve espanto entre os devotos, pois nem um pouco de vento havia. E, querendo D. Silvana da Rocha – mãe do pescador João Alves – acender as luzes apagadas, as velas se acenderam sem que ela as tocasse. Para muito além das velas, se acendeu no coração daquele povo simples e fiel, a luz da fé!
04/06/2017 – 3º dia da novena
O escravo Zacarias estava sendo reconduzido à fazenda de onde fugira, em Curitiba. Preso por grossas correntes, ao passar perto do Santuário, Zacarias pediu ao seu feitor que o deixasse rezar na porta da Capela da Santa Aparecida. Recebendo autorização, o escravo se ajoelhou e rezou uma prece sentida. O que teria pedido? De seus pedidos não sabemos. Mas sabemos a resposta que a Virgem Negra lhe deu: as correntes milagrosamente se soltaram, deixando-o livre e feliz.
05/06/2017 – 4º dia da novena
Residia em Cuiabá, MT, um cavaleiro que, além de não ter fé, era abusado. Costumava zombar dos devotos de Nossa Senhora. Chegou a apostar que era capaz de entrar a cavalo na igreja e que nada lhe aconteceria por seu ato sacrílego. Na frente dos devotos, montou seu cavalo e dirigiu-se a galope para a entrada da Capela da Santa. Diante da igreja, o cavaleiro puxa as rédeas e dá de esporas, mas o cavalo refuga. A para do animal prendeu-se na pedra do primeiro degrau da escada, deixando ali, para sempre, as marcas da petulância do cavaleiro. Arrependido, o fazendeiro apeou do cavalo e entrou no templo, suplicando o perdão pela sua sandice.
06/06/2017 – 5º dia da novena
Corria o ano de 1874. Dona Gertrudes Vaz e sua filhinha – cega de nascença – levaram três meses de viagem de Jabuticabal – SP a Aparecida – SP. A menina tinha ouvido falar da história da “pesca milagrosa” e queria muito visitar Nossa Senhora Aparecida. Ao chegarem à entrada do município, ainda na estrada poeirenta, a menina fixou o horizonte e exclamou: “Olhe mamãe, a capela da Santa!” Dona Gertrudes percebeu que tanto sacrifício tinha valido a pena. Mãe e filha – a ex-ceguinha – foram rezar agradecidas, ajoelhadas aos pés da Senhora Aparecida.
07/06/2017 – 6º dia da novena
Em 1862, o menino Marcelino, de três anos de idade, brincava no terreiro da casa de seus pais. A casa ficava à margem do rio Paraíba do Sul, em Aparecida. Ao subir no piloto do barco, a criança caiu de ponta-cabeça no rio. Não muito distante, dois pescadores assistiram à cena e gritaram por socorro. Dona Angélica e sua filha Antônia se ajoelharam pedindo à Virgem Aparecida que acudisse o pequeno Marcelino. O pai logo correu para sua canoa e, remando em desespero, alcançou o filho que já estava distante, na curva do Morro das Pitas. Agarrou-o pelos cabelos e viu que, milagrosamente, o menino permaneceu boiando e sem engolir água do rio.
08/06/2017 – 7º dia da novena
Era o dia 16 de julho de 1930, o Papa Pio XI declarou, por um decreto, a Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. E no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, no dia 31 de maio de 1931, diante da multidão de cerca de um milhão de pessoas, de autoridades civis e militares, eclesiásticas, e do então presidente da república, Getúlio Vargas, Nossa Senhora foi aclamada Padroeira e Rainha do Brasil. A viagem da imagem, em trem especial da Central do Brasil, foi apoteótica, tanto na ida como na volta. O povo piedoso e de joelhos ao longo da estrada, de mãos erguidas, à Virgem suplicava. A alegria invadiu o coração, e não teve quem contivesse tanta emoção, do presidente ao mais humilde, todos se uniram numa só oração.
09/06/2017 – 8º dia da novena
A festa da coroação da imagem foi realizada no dia 8 de setembro de 1904, solenemente, com a coroa em ouro e brilhantes, doada pela Princesa Isabel. Tal privilégio foi concedido pelo Cabido da Basílica de São Pedro, em Roma, a pedido de Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, Arcebispo do Rio de Janeiro e primeiro Cardeal do Brasil. Foi uma grande festa religiosa, evento inaudito para aqueles tempos: uma concentração de povo nunca antes acontecida no Brasil, reunido em Aparecida cerca de 15 mil pessoas, 12 bispos, muitos sacerdotes. E o povo festejou e aclamou: Nossa Senhora é rainha, porque é Mãe do Rei, Jesus!
10/06/2017 – 9º dia da novena
Quando entramos no Santuário, nossos olhos logo procuram aquela que é a causa de tudo o que está ao seu redor. Ela não quer coisa material por mais bonita que seja. Ela quer os filhos seus pertinho do seu coração, e em nossos ouvidos sussurrar o que nos pede Jesus. É forte o silêncio que tudo nos diz, e só não entende quem não quer mesmo escutar. Lá existe um retábulo que liga a terra com o céu, com três Arcanjos: Rafael, Miguel e Gabriel, este último está pertinho de Nossa Senhora, pois foi ele o mensageiro do céu. Ali passamos todos, pois não há nada mais sublime e tocante que estar diante da imagem da Mãe de Deus.