A lembrança da execução de Jesus estava ainda muito fresca. Pelas comunidades cristãs circulavam diversas versas versões de sua Paixão. Todos sabiam que era perigoso seguir alguém que tina terminado tão mal Recordava-se uma frase de Jesus: “O discípulo não está acima do mestre”. Se a ele chamaram de Belzebu, o que não dirão de seus seguidores?
Jesus não queria que seus discípulos alimentassem falsas ilusões. Ninguém pode pretender segui-lo de verdade sem compartilhar, de alguma maneira, sua sorte. Em algum momento, alguém o rejeitará, maltratará, insultará ou condenará. O que fazer?
A resposta sai do mais profundo de Jesus: “Não tenham medo!”. O medo é mau. Não deve paralisar nunca seus discípulos. Não devem calar-se. Não devem parar de propagar a mensagem de Jesus por motivo algum.
Jesus lhes explica como devem agir diante da perseguição. Com ele já começou a revelação da boa Notícia de Deus. O que ainda está “encoberto” e “oculto” para muitos, um dia será revelado: se conhecerá o Mistério de Deus, seu amor pelo ser humano e seu projeto de uma vida feliz para todos.
Jesus insiste que não tenham medo. “Quem se declarar por mim” nada há de temer. O juízo final será para ele uma surpresa agradável. O juiz será “meu Pai do céu”, aquele que os ama infinitamente. O defensor serei eu mesmo, que “me colocarei do vosso lado”. Quem pode infundir-nos mais esperança no meio das provações? (J.A.Pagola)