Jesus está consciente de que alguém deverá continuar a grande obra por ele iniciada. Para isso prepara os doze apóstolos e começa a organizar a comunidade. Escolhe a Pedro como líder do grupo e dando-lhe uma autoridade maior o coloca como alicerce da nova instituição. Esta função é indicada no nome Pedro que significa pedra, rocha. Sua missão é agora ser o articulador do grupo, mantendo-o coeso não em torno dele, mas da pessoa e da proposta de Cristo. Como num edifício os alicerces garantem a solidez e segurança assim na Igreja, Pedro tem a missão de mantê-la unida.
O Bispo de Roma é sinal de certeza e de unidade, não isoladamente mas em comunhão com o colégio apostólico. A autoridade que Cristo confiou a Pedro de ligar e desligar, não é como o poder dos chefes das nações, mas de discernimento sobre as pessoas que podem ser admitidas ou não na comunidade; é autoridade para vigiar a doutrina mantendo-a fiel ao pensamento de Cristo; mas sobretudo é autoridade que consiste em conduzir a Igreja segundo a justiça de Deus. A missão do Papa é abrir o caminho do Reino e não fecha-lo como faziam os escribas e fariseus. É acolher e fazer entrar os que buscam a salvação de Cristo.
Confiada neste sólido alicerce a Igreja atravessou, não sem sobressaltos e enormes dificuldades, dois milênios. Em todos os tempos “as portas do inferno” investiram contra ela. Inimigos externos tentaram destruí-la, como as perseguições nos três primeiros séculos. Inimigos ainda mais perigosos e disfarçados tentam hoje arruiná-la e desmoralizá-la. As forças do inferno se revestem hoje de roupagens diversas como sistemas econômicos e políticos, meios de comunicação e até movimentos religiosos. A maior ameaça ou o pior inimigo é o que está na própria casa; ao longo dos séculos na Igreja surgiram heresias, apostasias e cismas que têm provocado trincos, rachaduras e fortes abalos. Mas ela sempre se refaz e toma consciência da sua missão, confiando na garantia da Palavra e na presença de Cristo, na assistência do Espírito Santo e na força da oração e da santidade dos seus membros.