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Padre Pio, o primeiro sacerdote a receber os estigmas

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“As lesões do padre Pio não são de origem natural”, atestaram renomados médicos que o estudaram durante anos

Foram cinco as chagas de Cristo durante a crucificação: uma em cada mão, uma em cada pé e uma do lado do coração. Ao longo da história do cristianismo, alguns santos receberam de Deus os chamados “estigmas”: a graça de sofrer as chagas de Cristo no próprio corpo não só espiritual, mas fisicamente, de modo visível ou invisível.

No dia 20 de setembro de 1910, o padre Pio de Pietrelcina, sacerdote capuchinho, recebeu os estigmas invisíveis. Em 1918, as chagas ficaram visíveis e duraram nada menos que cinquenta anos, até 23 de setembro de 1968.

Padre Pio, foi o primeiro sacerdote da Igreja a receber os estigmas. Ele mesmo relata o acontecimento em cartas:

“Foi na manhã do 20 do mês passado (setembro) no coro (no ano de 1910), depois da celebração da Santa Missa, quando fui surpreendido pelo descanso do espírito, pareceu um doce sonho.

Todos os sentidos interiores e exteriores, além das mesmas faculdades da alma, se encontraram numa quietude indescritível.
Em tudo isso houve um silêncio em torno de mim e dentro de mim; senti em seguida uma grande paz e um abandono na completa privação de tudo e uma disposição na mesma rotina.

‘Tudo aconteceu num instante.

E em quanto isso se passava, eu vi na minha frente um misterioso personagem parecido com aquele que tinha visto na tarde de 5 de agosto. Este era diferente do primeiro, porque tinha as mãos, o pés e o peito emanando sangue.

A visão me aterrorizava, o que senti naquele instante em mim não sabia dizê-lo. Senti-me desfalecer e morreria, se Deus não tivesse intervindo sustentar o meu coração, o qual sentia saltar-me do peito.

A visão do personagem desapareceu e dei-me conta de que minhas mãos, pés e peito foram feridos e jorravam sangue. Imaginais o suplício que experimentei então e que estou experimentando continuamente todos os dias.

A ferida do coração, continuamente, sangra. Começa na quinta-feira pela tarde até sábado. Meu pai, eu morro de dor pelo suplício e confusão que experimento no mais íntimo da alma. Temo morrer em sangue, se Deus não ouvir os gemidos do meu pobre coração, e ter piedade de retirar de mim está situação…”

Durante anos e anos, ele foi literalmente estudado e analisado por diversos médicos, entre eles o doutor Giorgio Festa, um dos mais renomados médicos de Roma. No começo, o Dr. Giorgio era agnóstico. No começo… Depois, ele se tornou filho espiritual do padre Pio e relatou o seguinte diagnóstico:

“Do lado esquerdo do tórax, há um ferimento em feitio de cruz (…) Nessa região não se verifica o menor vestígio de infecção, edema ou inflamação da pele que circunda o ferimento. Essas feridas, com suas estranhas características anatômicas e patológicas, mais a constância com que vertem sangue vivo e perfumado, estão localizadas em pontos de seu corpo que correspondem às chagas do Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Outro médico bastante reconhecido, o Dr. Romanelli, concluiu depois de estudar o caso do padre Pio:

“Exclui-se que a etiologia das lesões do Padre Pio seja de origem natural. O agente produtor deveria ser buscado, sem medo de equivocar-nos, no sobrenatural, já que o fato constitui por si mesmo um fenômeno inexplicável a partir da ciência humana sozinha”.

Os estigmas causavam a São Padre Pio um intenso e constante sofrimento que interferia em todo o seu dia-a-dia: ele sequer podia fechar as mãos. As feridas o impediam de escrever bem, porque ele não podia firmar os dedos na caneta. Não podia segurar com firmeza objeto algum. Não podia carregar peso. Não podia sequer pegar uma cadeira e mudá-la de lugar. Por causa do sangue, precisava usar luvas de malha de cor marrom durante o dia e de cor branca durante a noite. Para lavar o rosto, precisava de luvas impermeáveis. Ele próprio fazia a assepsia de suas feridas. Não podia inclinar-se: a chaga do tórax logo começava a sangrar. Para vestir a camiseta, o hábito e o capuz franciscano, São Padre Pio precisava de ajuda.

Parece que havia uma ligação entre o seu sofrimento e a sua eficácia ministerial: quanto mais ele sofria, mais conseguia a conversão de grandes pecadores.

Ele mesmo dizia aos seus dirigidos espirituais: “As almas custam sangue”.

Como já tinha dito São Paulo, “eu completo na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo”.